• Fibromialgia, Depressão, Vitamina D e Pilates

    Fibromialgia, Depressão, Vitamina D e Pilates

    Hoje venho atualizar dois artigos escritos por mim, um sobre a fibromialgia e o outro sobre a vitamina D e que tem muita relação entre si e principalmente novas descobertas e tratamentos que devem ser compartilhados aqui com vocês.

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    Primeiro, vamos relembrar que a fibromialgia é uma doença reumatológica, que acomete 3% da população, caracterizada por dor difusa e crônica, queixas de fadiga, rigidez muscular, distúrbios do sono, disfunção cognitiva, ansiedade e depressão e acomete principalmente as mulheres (90%). A associação entre dor crônica e transtornos mentais, como por exemplo, a depressão e a ansiedade, são bastante referidas na literatura médica, sendo que tanto a depressão pode gerar a dor fibromiálgica quanto o contrário.

    Vale lembrar, que o caminho que uma dor crônica percorre no sistema nervoso, passa primeiro pelo Sistema Límbico (lobo que cuida das emoções), antes de atingir o córtex cerebral; com isso, existe a percepção do sentimento relacionado a essa sensação de dor. Assim que o cérebro interpreta esse sentimento ele libera hormônios e neurotransmissores que fazem o indivíduo realmente sentir aqueles sintomas. Quanto mais a dor perdurar, mais sentimentos e lembranças associadas a esses sentimentos a pessoa terá. É o que explica a dor de um membro que foi amputado e ainda dói (dor fantasma). Portanto, agora sabemos que não é invenção nem exagero do indivíduo, porém sabemos que pensamentos saudáveis e positivos ajudam na secreção de serotonina, potente hormônio da felicilidade, que terá uma parcela de ajuda para contrabalancear todo esse desajuste.

    Atualmente, os medicamentos utilizados para controle da fibromialgia são a duoloxetina, que é um inibidor da recaptação da serotonina e noradrenalina (hormônios de bem-estar), mantendo-as mais tempo à disposição do SNC, além de antidepressivos, relaxantes musculares e neuromoduladores.

    No artigo sobre a fibromialgia cito o trabalho realizado pelo neurocientista Dr. Frank L. Rice, que descobriu que pacientes com fibromialgia, tem excesso de fibras nervosas sensoriais ao redor dos vasos sanguíneos das palmas das mãos. A partir daí com a participação de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, a Unidade de Terapia Fotodinâmica (UFT) da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) tratou com sucesso um caso de fibromialgia raro com paciente do sexo masculino. A terapia é baseada na aplicação, nas mãos do paciente, de ultrassom e laser gerados por um equipamento criado no Grupo de Óptica do IFSC. Esta terapia já foi testada em mais de 500 pacientes com artrite reumatóide, trazendo bons resultados no controle da dor.

    Outra frente que pode ser levada seriamente em consideração, é fazer suplementação de Vitamina D. De acordo com o Dr. Cícero Galli, criador do método Coimbra, o hormônio D (vitamina D) potencializa o sistema auto-imune TH17 a bloquear as reações anormais (autoimunes), atenuando o processo reumático. Tomar o sol contendo a radiação UVB, entre 11h da manhã e 16h, por 10 minutos de frente e 10 minutos de costas com 60% do corpo exposto, para peles brancas e até o triplo do tempo para peles negras, sem proteror solar. Essa exposição à radiação produzirá 10000 UI de Vitamina D. Usamos em torno de 8000 para as funções basais do nosso corpo, como fortalecer o nosso sistema imunológico, principalmente na formação de células de defesa (linfócitos T reguladores), fixação do cálcio no osso e até no controle da diabetes.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, “Todo indivíduo acometido deve obrigatoriamente praticar alguma modalidade de exercícios físicos aeróbicos e de força e alongamento” e é aí que os exercícios físicos regulares deverão fazer parte da rotina DIÁRIA de uma pessoa com FIBROMIALGIA. A pessoa acometida com uma patologia degenerativa, progressiva e incurável, deverá encontrar uma atividade física para realizar de forma contínua e permanente.

    A hidroginástica, a natação e o Pilates, são as modalidades mais adequadas para se iniciar a atividade física, por trazerem impacto moderado e intensidades reguláveis, pois não podemos esquecer que a fibromialgia causa dores musculares e articulares, portanto, uma aula forte demais, deixará uma dor residual ou tardia muito evidente e causará confusão entre a dor já existente da fibromialgia e a dor do exercício físico.

    As aulas de Pilates devem trazer muita mobilidade, associando movimentos de força e flexibilidade, mas sempre mobilizando para manter as articulações hidratadas, amplas e nutridas e a musculatura bem oxigenada através de uma respiração eficiente e tridimensional. Não devemos usar resistências muito fortes, isometrias de grandes grupos musculares juntos ou alongamentos exagerados que deixarão dor e inflamação muscular, além de o aumento da dor trazer a memória afetiva dessa dor e potencializar a depressão, assim devemos estar sempre atentos aos alunos durante a realização dos movimentos para que nenhum exercício cause desconforto.

    Vale lembrar que a pessoa com fibromialgia é um Pacote, onde está incluso a sua idade, suas alterações posturais, suas patologias das articulações ou da coluna, portanto tratar a fibromialgia é tratar do todo, equilibrar essa postura minimizando as compensações, diminuindo as sobrecargas, recuperando as lesões apresentadas e evitando a instalação de novas, facilitando as atividades da vida diária e principalemnte atenuando o quadro de dor.

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    por Vanessa Moraes – Instrutora de Pilates, Docente dos Cursos de Formação e Especialização em Pilates – Império Pilates – Out/2019

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