Lesão no manguito rotador, você sabe como tratar em uma aula de pilates?
A síndrome do impacto clássica, foi descrita por Neer em 1972 e refere-se à degeneração progressiva do tendão do supra-espinhal devido a diminuição do túnel do supra-espinal e consequente compressão do tendão contra o acrômio anterior e arco córaco-acromial, o que acaba comprimindo também os outros músculos do manguito rotador (MR), que são: infra-espinhal, subescapular e redondo menor.
Nas patologias do manguito rotador, inicialmente a dor aparece após a atividade. É preciso avaliar as características da dor (intensidade, localização, tipo, periodicidade, fatores de piora, melhora ou associados). A dor noturna pode ser sugestiva de lesão do manguito rotador. Os sintomas associados como a fraqueza e parestesia (formigamento) nas extremidades afetadas, podem estar relacionados à instabilidade ou a episódios da “síndrome do braço morto” (ocorre quando a movimentação é acompanhada de repentina dor aguda ou paralisante).
Flexão, abdução horizontal do ombro e rotação medial do ombro com o polegar colocado para a região dorsal procurando alcançar níveis superiores da coluna torácica, irão gerar um arco doloroso entre 70° e 120°.
A incidência desse tipo de lesão é de 7 a 40% estando em torno dos 34% nos idosos acima de 65 anos, o que significa que este público precisará muito de nossa ajuda nos Studios de Pilates, mas para isso é necessário avaliarmos nosso aluno, descobrir quais músculos do manguito também estão comprometidos através de TESTES ESPECÍFICOS e escolher com cautela os exercícios propostos, além de uma avaliação postural completa, para identificarmos como minimizarmos as pressões e compensações sofridas pelo corpo devido a esse desequilíbrio, promovendo uma aula que reabilite e previna novas patologias através de uma Correção Postural efetiva.
1 – Teste do Impacto de Neer
O membro superior do aluno é elevado de forma passiva, com o mesmo rodado medialmente pelo examinador. O estresse passivo provoca um esmagamento do tubérculo maior contra a borda ântero-inferior do acrômio. A expressão facial do aluno revela dor, indicando um resultado positivo do teste (Magee; 2005).
2 – Teste de Jobe
O ombro do aluno é abduzido a 90° com rotação neutra. Em seguida, o ombro é rodado medialmente e angulado a 30° para frente (posição da lata vazia) de modo que o polegar do paciente fique direcionado para o solo no plano da escápula. O teste é considerado positivo quando há dor no supra-espinhoso. (Magee; 2005).
3 – Teste de Gerber
Em pé, o aluno coloca o dorso da sobre o bolso de trás da calça ou contra a parte média da coluna lombar. Em seguida, o aluno empurra a mão, distanciando-se das costas. Uma incapacidade de realizar o movimento indica uma lesão do músculo subescapular, se o aluno é capaz de levar a mão para longe das costas, o examinador deve aplicar uma força na mão em direção as costas, para testar a força do subescapular, se houver dor pode ser tendinite (Magee; 2005).
4 – Teste Do Infra-Espinal
O aluno posiciona-se em pé, com o membro superior ao lado do corpo, o cotovelo a 90° e o úmero rodado medialmente a 45°. O examinador aplica então uma força de rotação media, contra a qual o aluno opõe uma força de rotação externa. O teste é considerado positivo quando o aluno apresenta dor ou incapacidade de resistir à rotação interna (Magee; 2005).
5 – Teste de Speed
O examinador resiste à flexão do ombro realizada pelo paciente com o antebraço em supinação. O teste é positivo quando provoca dor no sulco biciptal, quando o antebraço está supinado (Magee; 2005).
6 – Teste Do Redondo Menor
Aluno em decúbito ventral e coloca a mão sobre a crista ilíaca posterior oposta. A seguir, é solicitado que ele realize a extensão e adução do membro superior rodado medialmente contra resistência. O teste é considerado positivo para o redondo menor, quando o aluno apresenta dor e/ou fraqueza (Magee; 2005).
Os objetivos no Pilates serão:
- Fortalecer: rotadores externos e internos, serrátil anterior e trapézio fibras superiores e inferiores;
- Estabilizar cintura escapular;
- Pliometria em alunos reabilitados de Pós Operatório.
Contra-indicações: Flexão e abdução no arco de 70 a 120° no tratamento conservador, e quando associadas à rotação interna contra indicadas para qualquer aluno.
É muito importante lembrar que nenhum exercício pode causar dor. Para que a aula seja segura e não gere, principalmente dores tardias, o aluno deve relatar qualquer desconforto ou dor na realização de qualquer exercício para que possamos fazer os devidos ajustes, se necessário (posição, amplitude, resistência, alavanca, etc) e limitarmos a sua realização ao momento que antecede a dor, ou seja, o aluno faz o movimento até um pouco antes chegar na amplitude em que ele sente a dor ou até o momento em que ele consiga manter toda a estabilidade das cinturas, alinhamento das colunas e cabeça.
Alguns exercícios direcionados à recuperação do manguito que poderão ser utilizados em aulas:
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por Vanessa Moraes – Instrutora de Pilates, Docente dos Cursos de Formação e Especialização em Pilates – Império Pilates – Ago/2019