Pilates ou Yoga? Saiba as Diferenças e Semelhanças
Muitos alunos comparam o pilates com o yoga, primeiro pelo fato de serem modalidades que defendem a união do corpo e da mente, segundo por possuírem uma respiração característica e em terceiro, devido a execução dos exercícios ser lenta e controlada.
Para estabelecer a semelhança entre essas duas práticas, fui participar de uma aula de Hatha Yoga no Studio Shankara Yoga, ministrada pelo professor Edson Daniele.
Vamos Lá!
- Quanto à Respiração
Tanto no Yoga quanto no Pilates é necessário que haja uma troca gasosa eficiente para que todos os músculos envolvidos no exercício possam dispor de oxigênio para sua queima e dessa forma gerar energia para uma contração efetiva.
No Yoga, a inspiração (entrada de ar) é feita pelas narinas, ocorre de forma profunda, por volta de5 segundos, e a expansão pulmonar ocorre em três etapas distintas:
1 – Respiração Abdominal ou Baixa: O ar inalado deve inflar o abdômen;
2 – Respiração Média: O ar deve expandir a caixa torácica pra frente e para os lados;
3 – Respiração Alta: o Ar deve movimentar as clavículas.
Quanto a expiração (saída de ar), também feita pelas narinas, ocorre de maneira passiva, apenas relaxando o diafragma de forma tranquila, havendo o retorno do abdômen, em seguida da caixa torácica e por último, das clavículas.
No Pilates a inspiração ocorre da mesma forma parecida, com a diferença de que não existe movimento abdominal. A expansão da caixa torácica deve ocorrer de maneira tridimensional; ou seja, o tórax aumenta de tamanho para os lados, para frente e para trás e para cima e para baixo, garantindo um maior recrutamento alveolar e consequentemente uma oxigenação mais eficiente.
Na expiração a diferença é perceptível. No Pilates, a saída do ar acontece pela boca, de forma ativa, o diafragma retorna à sua posição inicial de forma lenta e controlada. Isto é possível através de um estreitamento da traqueia, que diminui a vazão do ar e gera uma pressão intra abdominal que ativa a contração do músculo transverso do abdômen. Essa expiração deve ser profunda, com a saída total do ar, praticamente dobrando o tempo levado na inspiração.
Há de se lembrar que o transverso do abdômen é o músculo abdominal mais profundo e um dos principais músculos do Power House, juntamente com o diafragma, assoalho pélvico e multífidos. A ativação desse conjunto muscular, faz com que a coluna fique estável e protegida.
- Quanto aos Movimentos
Os exercícios propostos no Hatha Yoga, são executados com a permanência das posturas por aproximadamente 10 minutos, mantendo-se o padrão respiratório. Quanto ao fortalecimento, a contração isométrica é a mais utilizada e garante um recrutamento importante de placas motoras.
Porém, a manutenção dessas posturas, algumas em hiperextensão da coluna, exige muito da musculatura abdominal e se torna necessário, grande concentração para evitar desconfortos e lesões. Quanto ao alongamento, a permanência de um músculo em estiramento máximo acima de 20 segundos, estimula a produção de sarcômeros em série, possibilitando ganho real no seu comprimento.
No Pilates, somente realiza-se o movimento no momento da expiração, garantindo a ativação do Power House e proteção da coluna vertebral. Dessa forma, o fortalecimento no Pilates ocorre nas três fases da contração:
Contração Isotônica Concêntrica: É a realização do movimento em si, aproximando as fibras musculares, havendo movimento articular.
Contração Isométrica: Existe contração muscular, mas não há movimento articular. Estático.
Contração Isotônica Excêntrica: É uma contração muscular que afasta as fibras musculares, permitindo o controle para retornar à posição inicial.
Para adequar essas três fases à respiração, deve-se inspirar parado. Ao começar a expiração inicia-se a Contração Isotônica Concêntrica, realizando o movimento em si. Em seguida, para-se em isometria e inicia-se uma nova inspiração. Assim que começar a expiração, retorna-se à posição inicial com a Contração Isotônica Excêntrica. Dessa forma, a coluna vertebral se mantém protegida durante a realização de todo o exercício, não gerando dor, nem durante o exercício, nem no pós treino.
A vantagem de utilizarmos os três tipos de contração é a possibilidade de ativar uma quantidade maior de placas motoras e tornar os músculos mais fortes com a otimização eficiente de suas fibras.
Quanto ao alongamento, dizemos que no pilates, não alongamos e sim flexibilizamos; pois, o tempo do exercício está entre a inspiração e a expiração, não atingindo os 20 segundos, mas a flexibilização mantém a complacência muscular, que é a capacidade de esticar e contrair em seu máximo.
- Conclusão
Em suma as duas modalidades permitem aos alunos unir corpo e mente na execução dos exercícios por exigirem bastante concentração, precisão e controle. A oxigenação sanguínea é eficiente em ambas, porém somente no Pilates, a expiração tem função ativadora dos principais músculos estabilizadores da coluna, protegendo-a de possíveis lesões.
No quesito fortalecimento, a manutenção da isometria no Yoga, compensa, em parte, a falta de proteção da coluna, por manter as articulações imóveis. Já a união das três contrações no Pilates, confere eficiência dinâmica.
No alongamento, o Hatha Yoga é mais eficiente, existe a possibilidade de aumento real no tamanho muscular. No pilates, algumas posições conferem essa possibilidade, mas no geral, apenas ocorre a flexibilidade muscular, permitindo que o músculo fique mais complacente, sem alterar seu comprimento final.
por Vanessa Moraes da Equipe Império Pilates
Fisioterapeuta – CREFITO: 3/50894 – F
Adorei as dicas, o pilates é incrível.
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