Professores, porque alguns alunos relatam tontura na aula de Pilates?

Podem existir algumas razões para isso acontecer, apesar disso, não significa que seja normal ou que deva acontecer frequentemente.

1-Pode ser Hiperventilação:

Exagerar na inspiração usando muitas vezes até músculos acessórios sem necessidade como trapézio, o famoso levantar dos ombros, pode gerar tontura. Respirar fundo, não necessariamente significa respirar rápido demais.

Por isso professores fiquem atentos aos seus alunos de Pilates se eles estão inspirando pelo nariz de forma lenta e sem gerar atrito nas vias aéreas, “sem som”, por aproximadamente 5 segundos e expirarmos pela boca com os lábios entreabertos por pelo menos o dobro desse tempo, assim dará tempo do CO2 dissipar antes de acontecer a nova inspiração. A aceleração da respiração gera uma condição onde a intensidade ou frequência respiratória fica em desequilíbrio, fazendo com que inspiremos nosso próprio gás carbônico expirado, com isso há uma vasodilatação dos vasos cerebrais que levam a uma baixa da pressão e consequentemente tontura e até mesmo perda da consciência.

2-Pode ser mal posicionamento do Pescoço e cabeça quando deitado:

Devido a outros problemas posturais como a hipercifose torácica (corcunda) ou uma anteriorização da cabeça muito importante faz com que o aluno fique com o pescoço mal posicionado e a cabeça pendurada quando está deitado de barriga para cima e isso desalinha as vértebras cervicais e por consequência as artérias vertebrais, que ficam comprimidas e diminuem a quantidade de sangue que vai para o cerebelo, órgão principal no controle do equilíbrio. Sem oxigênio suficiente ele não consegue ajustar foco e equilíbrio e se sentem “mareados”.

Portanto professores posicionem bem a cabeça de seu aluno para garantir uma boa estabilidade cervical durante a execução dos exercícios, talvez o uso provisório de um travesseiro ou “tatu” seja uma boa sugestão, logicamente por um tempo enquanto o desvio postural da cabeça ou torácica não permitem ficar sem o travesseiro, mas sempre lembrar que nossos exercícios e aula devem ser trabalhar para arrumar a postura e origem do problema.

3-Pode ser movimentos rápidos com a cabeça:

O controle do nosso equilíbrio depende do cerebelo, como dito anteriormente, e também do nosso ouvido. Dentro dele existe um nervo, chamado vestíbulo-coclear que percebe a posição da nossa cabeça em relação ao meio e juntamente com o cerebelo e o cérebro, adequam a velocidade dos nossos movimentos, além da intensidade e da força, mas algumas pessoas possuem alterações como, labirintite, desalinhamento de cristais e a própria idade colaboram para o endurecimento deste nervo, fazendo com que sua resposta seja mais lenta e a sensação acabar sendo de tontura.

Portanto professores, orientem seus alunos a executarem os movimentos do Pilates de forma controlada e fluída como o próprio método preza. Agora que seu aluno não sentirá mais tontura é só aproveitar todo o bem-estar que o Pilates proporciona!

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 por Vanessa Moraes – Docente dos Cursos de Formação e Especialização em Pilates – Império Pilates – Fev/2021.