Diástase dos Retos Abdominais. O Pilates pode ajudar?
A gestação é uma condição que modifica de forma intensa a anatomia e fisiologia da mulher. Entre muitas adaptações posturais, a inclinação anterior da pelve tem importante relação com a coluna vertebral, promovendo o deslocamento anterior do centro gravitacional da gestante, sobrecarregando a musculatura páravertebral. Conjuntamente a isso, a liberação de um hormônio chamado Relaxina, faz com que haja o relaxamento de ligamentos e de todo tecido conjuntivo, aumentando as amplitudes de movimentos e preparando o cérvix para a passagem do bebê, mas que acaba por deixar as articulações mais móveis e instáveis.
Conforme o avanço da gestação, o crescimento uterino impõe forças longitudinais e transversais aos Músculos Reto Abdominais (MRA), proporcionando maior tração na divisão entre os dois feixes musculares e a conjunção desses fatores são os principais causadores da Diástase (separação) dos Músculos Retos Abdominais (DMRA).
A diástase pode ocorrer em toda extensão do músculo reto abdominal, mas abaixo do umbigo (infraumbilical) acomete 1/3 dos casos.
Diástases inferiores a 3cm tendem a regredir gradativamente e o Pilates pode contribuir bastante para isso, primeiro pela ativação do Power House que estimulará os multífidos (músculos páravertebrais), transverso do abdômen (abdominal mais profundo em forma de cinta) e do assoalho pélvico que ajudarão a estabilizar a pelve e coluna lombar, alocando os órgãos novamente em seus devidos lugares e pelo fortalecimento dos músculos abdominais até sua regressão.
Em casos mais graves onde a diástase é bem superior aos 3cm ou não acontece a regressão com exercícios, cirurgia pode ser necessária, onde se fará a amarração do músculo, impedindo que ele se separe novamente.
Por isso o Pilates é a modalidade esportiva mais indicada na gestação e pós-parto. Durante a gestação o cuidado com a postura, avaliação constante e fortalecimento indireto dos abdominais evita ou atenua o surgimento das diástases, atua no controle da dor lombar, fortalece o assoalho pélvico, evitando as incontinências urinárias e facilita o trabalho de parto.
No pós parto o Pilates irá reequilibrar as musculaturas mais acometidas na gravidez, ajudar o retorno do corpo à sua antiga forma de maneira harmoniosa, trazendo conforto e bem estar.
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por Vanessa Moraes – Instrutora de Pilates, Docente dos Cursos de Formação e Especialização em Pilates – Império Pilates – Mai/2019