• Não tenho alongamento, posso ser instrutor de Pilates?

    Não tenho alongamento, posso ser instrutor de Pilates?

    Esse tipo de pergunta, apesar de parecer estranha, é bem comum entre os alunos do Curso de Studio e que apresentam pouca flexibilidade, mas afinal, se os futuros instrutores são educadores físicos ou fisioterapeutas, como têm encurtamento muscular? Eles não fazem exercícios o dia inteiro?

    Em se tratando dos educadores físicos, um fator é fortalecer demais um grupo muscular em detrimento a outro e gerar compensações, como por exemplo a protusão dos ombros ocasionada por uma hipertrofia exagerada de peitorais ou simplesmente apenas fortalecer a musculatura e nunca alongar.

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    Nos casos dos fisioterapeutas, em sua maioria, é a falta de exercícios físicos. Seja pela correria dos atendimentos, carga horária das clínicas e hospitais ou até agenda cheia no Studio, mas o fato é que no geral, os instrutores não praticam efetivamente o Pilates. Não uma aula completa que corrija suas alterações posturais ou adeque suas compensações, por vezes são exercícios pontuais para objetivos específicos, como diminuir a dor lombar ou diminuir a tensão do trapézio, etc.

    Então como fazer? Afinal um instrutor de Pilates precisa demostrar o exercício de maneira correta?
    Em primeiro lugar, se não consegue praticar o Pilates, por falta de tempo ou local, aplique o Pilates em sua essência. Mantenha seu Power-House ativado o tempo todo durante o dia, confira se os fundamentos biomecânicos estão sendo bem aplicados a você mesmo, ou seja: sua pelve está neutra? Sua caixa torácica está alinhada em cima da sua pelve? Suas escápulas estão estabilizadas e seus ombros igualados? Sua cabeça e pescoço estão bem posicionados? E sua respiração expande os seus pulmões para todos os lados?

    Quando você aprender aplicar os princípios e fundamentos em você mesmo no dia a dia, como no home office, em pé em um Studio, dirigindo, numa sala de ginástica ou na sua sala de estar, você começa a entender como a estabilização do tronco e o fortalecimento profundo nos dão mais condições de controlar melhor nossos movimentos, adequar a velocidade das execuções e garantir a proteção das articulações, mesmo com todas as limitações de força e flexibilidade.

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    Vale lembrar que todo processo de desenvolvimento muscular envolve a memória muscular e toda uma adaptação neuronal em cada fase desse desenvolvimento. Quando se faz um exercício pela primeira vez é como se tivesse criado um novo itinerário (caminho) que ainda não foi decorado. A segunda vez que esse caminho for percorrido, boa parte dele vai ser lembrado e provavelmente em uma terceira oportunidade, o caminho será percorrido sem problemas. Isto não significa que de uma hora para outra você ficará mais flexível, mas que a execução do exercício ficará menos sacrificante, que o fato de saber como é feito (neuroplasticidade) e ter estabilidade e consciência para fazê-lo vai ajudar a executá-lo cada vez melhor, até um limite confortável e que não gere compensações.

    Portanto, sim, se você não tem alongamento e mesmo assim quiser ser instrutor de Pilates, fique tranquilo, você pode ir adquirindo aos poucos a flexibilidade mínima necessária para você demonstrar os exercícios de forma esclarecedora, mesmo que modesta.

    foto_vanessa_moraes_miniOutra maneira é abusar dos comandos verbais e demonstrar menos, porém para isso, você deve ter boa verbalização, clareza nos pensamentos, empatia e jogo de cintura, pois a informação deve ser feita de maneira rápida, clara e objetiva para poder dispensar a boa e velha demonstração. Confira e marque uma aula experimenta conosco!
     por Vanessa Moraes – Docente dos Cursos de Formação e Especialização em Pilates – Império Pilates – Abr/2021.

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